terça-feira, 18 de julho de 2017

Incontáveis Dias

Nos incontáveis dias da espera e da busca
De algo que nem ao menos existia a não ser pelo anseio
O sol da manhã não vinha senão pelas frestas mais tímidas
E acordávamos com menos do brilho nos olhos que tínhamos.

Nos incontáveis dias em que os hábitos eram consequências
E os propósitos, nada mais que decisões de fim de tarde
Era quase impossível dormir com a tv dos vizinhos
E ignorávamos os fantasmas que vez ou outra víamos.

Nos incontáveis dias da imperfeição e do ócio
E despedidas que mais pareciam inícios
A poeira vinha no vento, a se acumular nos cantos
Nos dias de atraso das contas e aumento dos cabelos brancos.

Nos incontáveis dias da quebra constante dos laços
E apagar das luzes do prédio ao lado
Lembro que romantizava a perda de algo que talvez nem tive
Confinado no início de minha então narrativa.

18 de julho de 2017

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