segunda-feira, 7 de novembro de 2011

19

Lesado de conceitos inúteis e clichês vagos
No meio do caos, esquecido das chaves de casa
Submerso em teorias fúteis e noções ultrapassadas
Verdade é que o jogo acabou, e a lógica é clara:
Eu perco e você se perde
O que tudo nos dizia.


Finge não perceber, esconde seu rosto nas mãos
Parece esse o último adeus, não sei do que se trata
A cada vez que volta a curva é mais tensa
A chuva é mais grossa, a mata mais densa
Só ia esperar dessa vez, 
Mas agora realmente estou indo.

Perigo

Pela desordem que é alma do quarto
E as vozes do sono que implicam comigo
Eu não faria melhor ode.
Pela ausência ao avesso de amigos
O acaso que registro, logo vivo
Relembro, logo paro
As drogas de hoje somente recriam
Um eu que, toda vez que preciso, morro um bocado
A maldita ilusão de que fiz o possível
Prometi viajar para longe, voar alto
E, logo que entrei, me vi na estação
Era eu voltando de não-sei-onde


Você perdeu a razão, me deixe um motivo
Que dessa vazão explosiva eu talvez sare
E nessa explosão evasiva eu talvez fale
Que, de alguma forma eu ainda corro perigo.