domingo, 27 de janeiro de 2013

Frame

Uma espécie de peça se soltou daqui
E agora se encontra retida num frame
Que é parte da cena em um dia perdida
Imperceptível na sua existência
Contudo infinita na sua extensão.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Febre


Eu podia viajar, mas não tenho como sair 
Ou senão pelo menos voltar pra casa, esse ônibus que não para de dar voltas
Tenho água impregnada em meu casaco, 
Librina que me proibiram de tomar por precaução
E os passos nas poças do asfalto distorcendo minha visão
Da luz laranjada lá no alto
Quando tudo que ouço não é senão 'se desprenda de tudo'
E mantenha os pés firmes no chão
Com sorte essa febre talvez passe até o fim desse filme
Porque nela já enxergo um fundo de catarse, não existe febre
Que não seja no fundo uma fase
Que mascare o perfume impregnado nas mãos

Com sorte, talvez não seja preciso sorte.