domingo, 17 de junho de 2012

Céu de maio - Parte II


A nós não cabe prever
O quanto podemos girar esse mundo, as mãos sobre o globo
Devolver o silêncio ao espaço, o que me falta de fôlego
Repousa no caminho de um acaso sem rumo, numa tarde sem volta
Na avenida que entrega sua casa, de rotas estou farto
E, fora de sincronia, acabo me perdendo em datas.
Pertencemos aos dias de flores extraviadas
Onde o inverno foi cancelado, a hora estava errada
E as intenções, desgastas numa descrença doentia.
Me tira do rosto as marcas de lençol num abraço torto
E escreva meu nome nas paredes de seu quarto
A nós restará remover os dilemas toscos e apagar os traços
Do tremor de um frio psicológico que minha sala resfria
E os móveis de dentro estalam
A poesia da ida dos anos e movimento do céu
E do sumiço das placas que me indicaram a estrada
Que me leva ao ponto de onde parado e de malas prontas
Aos poucos eu te perdia de vista
Relutante em aceitar qualquer objeto que me tenha dado de lembrança.