segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Artifício

Por não ter escolhido o que quer que seja na vida
Talvez ainda não haja o que me proteja durante o sono
Mantenho uma certa distância da porta e continuo por perto
Sendo a brisa da área o artifício de que preciso
Pra saber que não caí novamente no vazio

Talvez seja tarde, a sala já se encontra fria
e eu ainda não encontrei o ponto onde possa dormir
sem que haja mais sono no dia seguinte ou que ainda seja cedo
e acorde de madrugada e me ocorra a ausência das coisas

Naquele poço de silêncio fundo
Sobra esquecimento e conforto
Some a inquietude dos reflexos

Talvez a gente só precise dormir