segunda-feira, 10 de março de 2014

No Escuro

Acordei com um escuro sem hora pra acabar
E no escuro tateei em vão as chaves 
E no escuro desci as escadas e encontrei o carro
E no escuro andei em voltas pela cidade
E no escuro as luzes fundiam em meus olhos os muros
E tudo parecia nada e o cheiro parecia novidade
E no escuro seu emaranhado de curvas parecia claro
E a luz parecia ter a dose de escuro perfeita
Quando vinha translúcida debaixo do escuro da coberta.