terça-feira, 23 de setembro de 2014

Pintura

Entre tintas imiscíveis e superfícies ásperas
Você descobriu seu propósito na falta de um
Corremos por dias que de longe se confundem entre si
Imaginando que a falta de tecnologia nos faria livres

Entre linhas de raciocínio cínicas e planos esquecidos
Os seus sonhos se encontravam numa gaveta cujo código esqueci
E que agora pertence a partição de que não tomamos parte
Na burocratização da papelada que parecia até arte
Quando arremessada do topo de um arranha-céu 

Entre justificativas e meios de fins
Fingi não me afetar porque não me importava
Ou não me importar por uma questão de afeto
Imaginando que pudesse viver de sensação
Acabei atropelado pelos próprios excessos

Entre nuvens amareladas e tintas nas mãos
Eu era retratado nessa pintura quase como um traço
Procurava por algo insignificante, 
mas talvez me sentisse vasto
Como a linha do horizonte desse chão.

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